varíola é uma doença viral grave e altamente transmissível. Presente no mundo há várias décadas, foi responsável por uma epidemia no séc 19, matando em torno de 300 milhões de pessoas.
Agora, ronda entre nós a varíola dos macacos, ou Monkeypox, que difere da antiga varíola e é classificada como uma doença zoonótica. Porém, de acordo com pesquisadores da área, têm menor capacidade de transmissão entre os humanos e causam sintomas mais brandos, conferindo menor letalidade. Provavelmente, você tem ouvido falar sobre o assunto, não é mesmo? Continue lendo e saiba mais sobre o assunto!
História da varíola dos macacos
A varíola dos macacos foi descoberta em 1958, quando contaminou um grupo de macacos mantidos para pesquisa, o que deu origem ao nome da doença. Em 1970, na República Federativa do Congo, foi registrado o primeiro caso humano e, desde então, o vírus circula nas Áfricas ocidental e central, fazendo centenas de vítimas.
Em 2003, o primeiro caso fora do continente africano foi registrado. Nos Estados Unidos, possivelmente o que começou como uma transmissão entre os cães da pradaria contaminou as pessoas próximas. A partir de então, alguns casos esporádicos foram registrados no mundo, mas nada comparado ao surto de varíola dos macacos de 2022, do qual temos escutado tanto.
Varíola no Brasil
Os casos confirmados de varíola dos macacos vêm aumentando no mundo: já foram registrados milhares de casos fora da África, com maior concentração na Europa. No dia 9 de junho, ocorreu o primeiro caso registrado de varíola dos macacos no Brasil, que confirmou a presença do vírus Monkeypox em um homem de 41 anos, residente da cidade de São Paulo.
Mais de 1.700 casos já foram confirmados dessa varíola no Brasil, com o estado de São Paulo liderando a lista, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, o que deixa todo país em estado de alerta para a doença.
O vírus responsável por causar a varíola dos macacos é chamado de Monkeypox e pertence ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae, os mesmos da varíola humana. Contudo, há diferenças marcantes em sua estrutura que conferem à varíola dos macacos a capacidade de contaminar roedores, primatas não humanos e humanos, diferentemente da varíola comum, que infectava somente humanos. Apesar dos sintomas serem parecidos, o Monkeypox é clinicamente menos grave.
A doença carrega o nome dos macacos por serem a primeira espécie que o vírus foi encontrado, mas o termo pode ser equivocado, pois acredita-se que os macacos sejam portadores acidentais, assim como os humanos. Os principais transmissores são os roedores.
Existem duas cepas do vírus circulantes. A primeira, com menor taxa de letalidade, de 1% a 3%, é endêmica na África Ocidentale, em sua maioria, causando quadros autolimitantes, que são controlados pelo próprio organismo. A segunda, endêmica na África Central, mais especificamente no Congo, causa quadros mais graves, com letalidade de até 10%.
Apesar de a maioria dos casos serem autolimitantes, a doença pode ser grave em pessoas mais frágeis, como crianças até 8 anos, e pessoas imunossuprimidas, como portadores de HIV/AIDS, leucemia, linfomas, transplantados, com doenças autoimunes e gestantes. Isso acontece devido à baixa imunidade desses indivíduos, fazendo com que não respondam satisfatoriamente à infecção viral, levando a complicações como encefalites (infecções que geram inflamação no cérebro) e o desenvolvimento de infecções secundárias, aumentando a gravidade do quadro.
Como pega varíola dos macacos?
A varíola dos macacos é uma zoonose transmissível entre roedores e primatas não humanos e humanos, contudo novas informações sobre a doença são notificadas diariamente. Sua origem e transmissão podem ser melhor elucidadas futuramente.
O que é uma Zoonose?
Zoonose é o nome que se dá a qualquer doença que possa ser transmitida de animais para seres humanos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem mais de 200 tipos de zoonoses. A transmissão pode ser por contato direto, ou seja, por meio da saliva (mordidas e lambeduras), secreções (sangue), erro na limpeza e descarte dos excretas (urina e fezes), contato físico (arranhaduras) etc. Ou por contato indireto, como vetores (mosquitos, pulgas e carrapatos) e o consumo de alimento ou água contaminados (vírus, bactéria, fungo e vermes).
As zoonoses podem ser classificadas em dois tipos principais:
- Antropozoonose: doenças transmitidas de animais para humanos.
- Zooantroponose: doenças transmitidas de humanos para animais.
Alguns exemplos de doenças zoonóticas são a própria varíola dos macacos, toxoplasmose, doença de lyme, esporotricose, leishmaniose e leptospirose.
Varíola no Brasil e os macacos
Em resposta ao aumento do número de casos da varíola dos macacos no Brasil, o medo da população, em consonância com a desinformação e boatos infundados, propiciaram a matança de macacos em todo país.
Os macacos não tem nada a ver com a história e acabaram tornando-se culpados, principalmente por seu nome estar atrelado à doença. Tal situação motivou profissionais do mundo inteiro a criar incentivos para que o nome Varíola dos macacos seja alterado.
Esses animais são vítimas da doença, assim como os humanos, sendo assim a morte destes não fará qualquer diferença no que toca eliminar a varíola. Além de que, esse tipo de ação se enquadra como crime ambiental e põe em risco de extinção as espécies.
Transmissão e sintomas da varíola no Brasil
Você já se perguntou como pega varíola dos macacos? Para que você seja contaminado com o Monkeypox, é necessário contato próximo com as lesões de pele causadas pela doença, fluidos corporais (como saliva ou gotículas respiratórias) e materiais contaminados, como roupas de cama. A história natural do vírus, os possíveis reservatórios e como é a circulação viral são questões ainda incertas.
Sintomas da varíola dos macacos
A sintomatologia da varíola dos macacos, muitas vezes, pode ser inespecífica. Contudo, a apresentação de alguns sinais pode sugerir que uma pessoa está contaminada. Geralmente, é necessário o isolamento.
É considerado caso suspeito qualquer pessoa que apresenta pústulas (bolhas) na pele, de forma aguda e sem origem conhecida, e esteja em um país onde a doença não é endêmica, caso do Brasil. Fique atento(a) se o quadro for acompanhado de:
- Dor de cabeça;
- Febre acima de 38,5ºC;
- Linfonodos inchados;
- Dores no corpo;
- Fraqueza.
Com o aparecimento desses sintomas, é preciso realizar exames para confirmação do quadro.
Os casos é considerado provável se aparecem sintomas até 21 dias depois de contato físico, em lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados. Além disso, também há probabilidade quando existe histórico de viagens para um país endêmico, contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao orthopoxvirus.
Os casos somente são considerados confirmados quando são positivos ao teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real e/ou sequenciado.
Os sintomas surgem cerca de 5 a 21 dias após o contato com o vírus, devido ao tempo de incubação, e duram de 14 a 21 dias. As bolhas costumam aparecer primeiro no rosto e mucosa oral, espalhando-se depois para o resto do corpo e atingindo, principalmente, as extremidades, como mãos e pés. Também podem surgir bolhas e feridas na região genital.
Como prevenir a varíola dos macacos?
Os métodos preventivos para a varíola no Brasil são parecidos com os já utilizados contra a Covid-19, sendo essencial a utilização de máscaras, que cobrem boca e nariz, a lavagem das mãos com água e sabão ou uso de álcool 70INPM com frequência, além de evitar contato com pessoas que apresentam sintomas e seus objetos pessoais.
Tem vacina contra a varíola dos macacos?
Ainda não foi desenvolvida uma vacina específica para a varíola dos macacos. As vacinas para varíola humana podem ser utilizadas, mas ainda não se sabe quão efetivas elas estão sendo.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que, em países onde exista a transmissão comunitária do vírus, como o caso do Brasil, a vacinação deve ser direcionada às pessoas com alto risco de exposição à doença, como profissionais da saúde.
Ainda não se sabe ao certo todas as informações sobre a vacinação contra a varíola dos macacos, contudo já entendemos como é importante e impactante a aplicação da imunoprofilaxia em doenças virais. Sendo assim, devemos sempre ficar atentos às notícias sobre o assunto.
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Referências do texto sobre varíola dos macacos no Brasil:
Sintomas e transmissão da varíola dos macacos no Brasil