uando se fala em leishmaniose em cães, o Brasil está no centro do alerta. Segundo dados da Fiocruz, 90% dos casos registrados na América Latina se concentram no país. Com dados tão alarmantes, detalhes sobre a doença, bem como as maneiras de diagnóstico e prevenção, tornam-se meios fundamentais para combater a desinformação entre tutores e garantir a saúde dos pets.
Considerada grave, a leishmaniose visceral pode acometer pessoas, mamíferos silvestres e cachorros. Se não tratada, ela pode evoluir para morte em mais de 90% dos pacientes. De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro de 2021 e julho de 2022, 52 suspeitas de óbitos pela doença foram registradas em 14 estados brasileiros, com destaque para São Paulo e Mato Grosso do Sul.
No meio urbano, a população canina é a principal fonte de infecção para o inseto transmissor, conhecido como “mosquito-palha”. Para que a doença ocorra, o parasita deve picar um cão doente e, assim, atingir uma pessoa saudável. Dessa forma, é importante destacar que os pets não são os responsáveis pela infecção direta em humanos e que também são vítimas na cadeia de transmissão.
Por ser pouco discutido em políticas públicas de saúde, o sacrifício de cães que hospedam o parasita se tornou uma prática comum no Brasil. Porém, estudos mostram que o procedimento não refletiu na diminuição na incidência da doença entre os humanos. Um levantamento feito no centro-oeste mineiro mostra que, em 2013, 8,3% dos cães tinham leishmaniose e sofreram eutanásia. Já em 2017, o índice diminuiu para 7,4%, uma diferença estatisticamente irrelevante, segundo os pesquisadores. Dessa forma, especialistas defendem o uso de coleira inseticida como o método mais indicado e eficaz de prevenção da doença em cachorros.
Pensando nisso, a Guiavet fez um texto informativo sobre a coleira contra leishmaniose. Aqui, você vai entender como ela funciona e como pode proteger seu pet da doença. Veja a seguir!
O que é a leishmaniose em cães e como ela é transmitida?
Antes de entender como a coleira contra leishmaniose, precisamos saber o que é essa doença e como ela acomete os cães. A Leishmaniose Visceral no Cão (LVC) é transmitida por insetos denominados flebotomíneos, conhecidos como mosquita-palha. O nome mais popular vem da cor clara, de fundo amarelado, do inseto. Geralmente, são pequenos, medindo de 1 a 3 milímetros de comprimento; possuem o corpo revestido por pelos e, na fase adulta, se desenvolvem em áreas urbanas, principalmente em locais úmidos com sombra e com acúmulo de material orgânico, como restos de alimentos, fezes de animais, folhas e frutos apodrecidos.
O mosquito-palha tem a capacidade de carregar a leishmaniose de um corpo doente para um saudável, sendo ele o agente principal da cadeia de infecção. Dessa forma, a doença não é transmitida de um cachorro para um humano.
Leishmaniose em cães: sintomas e sinais clínicos
A leishmaniose canina pode evoluir de forma lenta e sem sinais clínicos aparentes, já que apresenta sintomas semelhantes aos de outras doenças. Mesmo assim, alguns indícios podem ajudar os tutores a observarem a enfermidade:
- Perda de apetite;
- Emagrecimento e apatia;
- Queda de pelo;
- Descamação e feridas na pele (principalmente no focinho e nas orelhas);
- Febre irregular;
- Problemas oculares como conjuntivite;
- Crescimento exagerado das unhas;
- Diarreia e sensação de formigamento ou dormência de membros posteriores;
- Aumento do fígado e do baço.
Como diagnosticar?
O meio mais importante para diagnóstico da doença é levar o cão regularmente ao médico veterinário, mesmo antes do aparecimento de qualquer sinal grave. Com a triagem do profissional, hoje é possível a detecção laboratorial através de dois exames: o parasitológico direto e o sorológico.
O primeiro é considerado o “método de certeza” pois é baseado na demonstração do parasita obtido por material biológico. Porém, apesar de ser um método seguro de detecção, pode ser invasivo e trazer riscos ao animal.
A outra forma de diagnóstico é através de provas sorológicas. Atualmente, o Ministério da Saúde estabelece dois exames para a LVC: Teste Imunocromatográfico (TRI) e o Ensaio Imunoenzimático (Elisa).
Qual é o tratamento? Existe cura para leishmaniose canina?
Apesar da doença não ter cura, é possível manter o cão saudável. Atualmente, existe um medicamento registrado e autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para tratamento da LVC no Brasil. Segundo especialistas, o composto pode melhorar a expectativa de vida dos animais, sobretudo quando receitado ainda nos estágios iniciais.
Ainda de acordo com análises, com o medicamento, o cão deixa de ser transmissor da doença, já que tem a quantidade de parasitas reduzida consideravelmente com o tratamento.
Qual a melhor maneira de prevenção? Como a coleira contra leishmaniose funciona?
Diante da gravidade, a melhor maneira de prevenir contra a leishmaniose em cães e controlar a disseminação da doença é através do uso de coleiras impregnadas com inseticida à base de deltametrina.
Utilizado no Brasil há pelo menos 15 anos como forma de proteção individual, a coleira contra leishmaniose libera lentamente o ativo em 4%, impedindo a aproximação do mosquito-palha. Ela age como uma agente de repelente. Pela forma de atuação, o Ministério da Saúde recomenda que a coleira contra leishmaniose seja utilizada apenas em cães e trocada a cada 6 meses.
Em 2010, a pasta desenvolveu um estudo que financiou a distribuição de R$5 milhões em coleira contra leishmaniose pelo território brasileiro. Após o uso, pesquisas mostraram que o risco de infecção dos pets em áreas onde elas foram usadas foi 52% menor quando comparado às zonas que não foram aplicadas. Desde 2021, o MS envia os dispositivos aos estados com maior risco de transmissão da doença.
Atualmente, no mercado brasileiro há diversas marcas, com diferentes preços de coleira contra leishmaniose, porém o mais importante é seguir a orientação de um médico veterinário. Apenas um profissional irá saber conduzir sobre qual modelo é o ideal para o seu pet. Cadastre agora seu pet e faça um atendimento como nossa equipe de veterinários.
Outra forma de prevenir é manter a vacinação do pet em dia. Atualmente, existe um imunizante contra a leishmaniose em cães em comercialização no Brasil, que é opcional. Através do aplicativo da Guiavet, você tem acesso à carteirinha de vacinação digital para o seu pet gratuitamente. Por lá, o tutor consegue registrar todas as doses de imunização dos animais e envia o pedido de assinatura digital para o médico veterinário. Dessa forma, ela passa a ser válida em todo o território nacional, já que segue os requisitos do Conselho Federal de Medicina Veterinária.
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