icoplasmose felina é comumente chamada de doença da pulga ou anemia infecciosa dos felinos. A enfermidade pode passar despercebida e, quando se manifesta, traz sinais preocupantes e, muitas vezes, graves. Por isso, neste texto, vamos trazer uma visão geral do que é a micoplasmose, como seu gato pode se infectar e como detectá-la junto ao seu médico veterinário.
Além disso, também abordaremos sobre a importância de prevenir as pulgas e como realizar o controle antiparasitário de forma adequada com o seu felino. Se interessou pelo tema? Acompanhe o texto a seguir e, se surgir dúvidas, nossa equipe veterinária está disponível para te auxiliar!
O que a Micoplasmose?
A micoplasmose felina é uma doença causada por uma bactéria do gênero Mycoplasma spp que infecta as células do sangue. Nos gatos, há 3 espécies que podem causar a enfermidade. São elas:
- Mycoplasma haemofelis;
- ‘Candidatus M haemominutum’;
- ‘Candidatus M turicensis’;
Entre as 3, a M. haemofelis é mais comum de ser encontrada e a que também cursa com sinais mais alarmantes e mais visíveis entre os bichanos.
Essas bactérias infectam a superfície das células sanguíneas, mais precisamente a parede dos eritrócitos dos felinos, sendo visíveis em exames laboratoriais de microscopia. Ao infectar essas células sanguíneas, promovem o sistema de “reciclagem” do baço, o que acaba por manifestar a anemia no gato.
Na maioria dos felinos, ela passa como invisível ao longo da vida e começa a se manifestar quando há uma queda na imunidade ou a coinfecção por alguma outra doença, principalmente a FIV e/ou FeLV. A micoplasmose felina também pode exteriorizar quando há um estresse considerável que promova essa queda de imunidade.
Além da anemia, outros sinais clínicos são visíveis quando o tutor se atenta às alterações no comportamento do pet. Ao longo do texto falaremos mais sobre e explicaremos sobre esses sinais.
E você pode se perguntar: a micoplasmose felina passa para humanos? A doença acomete apenas os gatos e, atualmente, não há estudos que demonstrem o risco de transmissão para as pessoas.
Micoplasmose felina: transmissão
A transmissão dessa bactéria pode ocorrer através do contato direto de sangue contaminado, que pode ocorrer durante brigas entre gatos ou transfusões sanguíneas sem o devido controle preventivo.
A infecção ainda pode acontecer através da picada da pulga felina (Ctenocephalides felis) ou da sua ingestão: o bichado pode engolir uma pulga durante o banho, por exemplo.
Micoplasmose felina: sintomas
Segundo estudos, a maioria dos gatos infectados são assintomáticos, ou seja, não manifestam os sinais clínicos e ficam como portadores da bactéria. Quando o sistema imune falha em algum momento, seja por alguma doença ou por estresse, a Mycoplasma pode se manifestar.
A micoplasmose felina pode causar diversos sinais clínicos, pois depende de qual bactéria infectou o gato, bem como como está o sistema imune dele.
Felinos com um bom sistema imunológico e com boa capacidade de resposta (imunocompetentes) tendem a apresentar quadros agudos e com boa resolução da anemia. Já aqueles que possuem algum comprometimento e não conseguem lidar com a infecção (imunocomprometidos), podem apresentar anemia hemolítica grave, que é quando há uma destruição em massa das células sanguíneas, necessitando de suporte veterinário maior.
Comumente a bactéria mais encontrada e diagnosticada é a M. haemofelis e ela pode causar:
- Fraqueza;
- Febre;
- Falta de apetite;
- Mucosas pálidas (gengivas e olhos com coloração brancas);
- Anemia grave (pode desencadear, além desses outros sinais citados, uma dificuldade respiratória e mucosas arroxeadas, caracterizando um quadro emergencial e com necessidade de atendimento imediato).
Já as outras bactérias causam sinais mais leves, como anemias mais brandas e podem estar associadas a quadros pulmonares, com presença de tosse, espirros e secreções nasais, além de possíveis complicações, como pneumonia.
Além desses sinais clínicos físicos, algumas alterações em exames de sangue podem ser detectados, como a baixa das células sanguíneas: baixa nas hemácias, no hematócrito e na hemoglobina; baixa de plaquetas (trombocitopenia); e leves alterações nas enzimas hepáticas.
Mas atenção: apenas esses sinais em exames de sangue e os sintomas apresentados pelo seu gato não são confirmatórios de que ele possui micoplasmose felina. Outros exames mais específicos são necessários para confirmar ou não a presença da bactéria, além do que muitas outras doenças mais comuns podem cursar com essas mesmas alterações, como a FeLV.
Como saber se seu gato está infectado?
O diagnóstico da micoplasmose felina é bastante desafiador, já que a bactéria é muito sensível à manipulação e ao meio ambiente. Dessa forma, ela não é possível de ser cultivada em amostras in vitro e é facilmente destruída pelo conservante EDTA contido nos tubos de coleta de sangue.
Logo, as formas detecção desta bactéria são através da pesquisa direta por esfregaço sanguínea com sangue fresco e através de um exame de PCR, que detecta exatamente o material genético da bactéria. Ambos os exames são simples de serem realizados e são encaminhados para os laboratórios veterinários adequados.
Além dos testes laboratoriais, o histórico do do seu gato é de extrema importância, por isso sempre diga tudo para seu veterinário, desde o início da vida como filhote até o atual momento, apontando todos os acontecimentos passados.
Mas além desses exames específicos para detectar a Mycoplasma, é preciso que sejam realizados outros exames também, pois outras doenças podem estar associadas aos sintomas e aos achados laboratoriais. É essencial realizar testes para FIV e FeLV (teste rápido ou o laboratorial PCR), exames básicos de sangue como hemograma e bioquímicos e ultrassom abdominal (a fim de detectar se há alteração visível dos órgãos envolvidos no ciclo produção das células sanguíneas).
Micoplasmose felina: tratamento
O tratamento para a micoplasmose felina é feito com o uso de antibióticos específicos e de maneira prolongada. Além disso, o uso de suplementos ou medicações imunoestimulantes também podem ser utilizados, sem contar com uma boa alimentação para garantir a nutrição adequada para ele.
Para gatinhos que apresentam sintomas mais severos ou alterações mais graves/agudas nos exames de sangue, pode ser necessário a internação e até mesmo uma transfusão sanguínea. Por isso é muito importante o acompanhamento veterinário com a realização adequada dos exames, para que o felino receba o tratamento adequado.
Lembrando que nenhuma medicação deve ser feita sem a recomendação de um médico veterinário! Os gatos são extremamente sensíveis a muitos medicamentos e podem ter sérias consequências negativas para a saúde deles, com risco de chegar à morte.
Como prevenir a micoplasmose felina?
A melhor maneira de prevenir a micoplasmose felina é evitar as pulgas e não deixar que seu gato saia de casa desacompanhado.
É recomendado sempre manter em dia o controle para pulgas, sempre com o uso das medicações adequadas aos bichanos respeitando o tempo de ação da medicação, ou seja, se o rótulo específica uma proteção de 30 dias e seu gato corre grandes riscos de pegar pulgas (como na hora de sair de casa, por exemplo), é necessário esse controle a cada 30 dias.
O uso de shampoos e medicações em spray para tratar ou repelir devem sempre ser feitos sob orientação veterinária, pois há um risco de intoxicação, já que é hábito comum dos gatos se limparem através da lambedura dos pelos.
Para os gatos que já estão com pulgas, além desse controle com a medicação, é preciso manter o ambiente bem limpo com produtos repelentes adequados. Em caso de dúvidas se o produto é seguro ou não, bem como a melhor forma de utilizá-lo, é recomendado buscar o auxílio de seu veterinário.
O acompanhamento veterinário se faz necessário em todas as etapas e durante toda a vida do seu gato, pois, dessa forma, você consegue garantir prevenção e tratamento adequado ao seu bichado, sem o risco de causar intoxicação nele. A Guiavet é uma plataforma online completa de saúde preventiva para cães e gatos. Cadastre o seu pet gratuitamente.